Aqui no Ocidente nos acostumamos a relacionar Tantra com sexo.
Mas quero lhes falar de um Tantra sem sexo. Um Tantra que vê o ser humano como uno, indivisível, complexo, contraditório, misterioso, maravilhoso.

O Homem tântrico tem a cabeça nas nuvens, sonhos e ambições, desejos e fantasias. E também o pé no chão. Sabe como ninguém concretizar seus desejos e perceber que o perfeito é o possível. Ainda assim sabe planejar e tem paciência para aguardar o momento exato da ação.

Com criatividade, corre atrás e à frente do sonho e da ação. Expressa-se a partir do coração, porque sendo uno, não há abismos.

Percebe-se como uma identidade potente, nem mais nem menos. É capaz, enfrenta e faz.

Chora emocionado diante das alegrias e das tristezas da vida, diante da
miséria e da grandeza humana.

Maior do que este Homem tântrico não há outro igual. Porque além dele só o Amor e o Ser e o vazio do Não Ser.

Por ter sido moldado a partir do barro do Divino, tem consciência do Vazio. Não está limitado a nada, porque tem consciência de que é o Nada.
Quando busca o outro, não é para se preencher, mas para compartilhar. O Uno trocando com o Uno, A Unidade se emocionando diante da Unidade, O Todo em êxtase diante do Todo.

Por ter sido moldado no Tantra, este homem é perfeito. E continua sua busca. Por ter moldado este homem, o Tantra é perfeito. E continua a ser. Não se limita a sexo nem orgasmo, porque é muito mais. Porque o humano é muito mais. Mais desejo, mais sonhos, mais concretude, mais tesão, e, principalmente, mais, muito mais emoção. Mais coração.

Aderson Moreira Da Rocha