Apesar da utilização milenar das plantas medicinais a história dos adaptógenos inicia-se na antiga União Soviética em 1943 com o decreto que tratava do trabalho de investigação cientifica com o objetivo de encontrar substancias tônicas para os soldados na segunda guerra mundial. O decreto estimulou a produção de muitas pesquisas, que não foram divulgadas, durante a guerra fria entre 1945 a 1991. Neste período várias plantas medicinais foram avaliadas no sentido de reduzir os danos causados pelo estresse á saúde e também empregadas com a finalidade de promover a cognição, o condicionamento físico de atletas e soldados, além do desempenho dos astronautas no programa aeroespacial russo. Infelizmente os resultados, destas relevantes pesquisas, foram mantidos em segredo devido a sua importância estratégica.
A definição mais recente vem de 2007 através da Agencia Reguladora da Comunidade Européia por intermédio do seu Comitee on Herbal Medicine Products: “As plantas medicinais adaptógenas estão indicadas por terem a capacidade de normalizar as funções do corpo e fortalecer os sistemas comprometidos pelo estresse. São relatados efeitos protetores sobre a saúde contra uma grande variedade de agressões ambientais e condições emocionais”. Em uma visão mais clínica os adaptógenos auxiliam o nosso organismo a se adaptar as situações de estresse emocional, fadiga mental, nervosismo, dificuldade de raciocínio e concentração,promovem o equilíbrio dos sistemas imunológico e endócrino, são tônicos psicofísico, além de apresentarem uma importante ação antioxidante ao combaterem radicais livres.
Na literatura internacional encontramos várias plantas medicinais com ação adaptógena: Rhodiola rósea ou raiz dourada da Sibéria, Schisandra chinenses ou magnólia chinesa, Eleutherococus senticosus ou ginseng siberiano, Panax ginseng ou ginseng coreano, Panax quinquefólio ou ginseng americano, Withania somnifera ou ashwagandha e Ocimum sanctum ou tulsi ( ambas são utilizadas regularmente no Ayurveda). O Brasil, com sua biodiversidade incomparável, apresenta algumas ervas que possuem propriedades adaptógenas: Paulinia cupana ou guaraná, Ptycopetalum olacoides ou marapuama, Anemopaegama arvensia ou catuaba, Pfaffia paniculata ou pfafia ( ginseng brasileiro), Theobroma cacao ou cacau, Ilex paraguaiensis ou mate e Heteropteris afrodisíaca ou nó de cachorro.
Nós temos utilizado as plantas medicinais adaptógenas há muitos anos e observamos uma boa segurança dentro das doses terapêuticas indicadas na literatura. No Ayurveda o adaptógeno mais utilizado é a Withania somnifera ou ashwagandha, erva com fantásticas propriedades terapêuticas: tônico psicofísico, afrodisíaco, calmante, sedativo, antioxidante, anti-inflamatório, antiestresse, rejuvenescedor do sistema nervoso, imuno-modulador ( fortalece o sistema imunológico) e promove um sono profundo e reparador. O ocidente ainda subutiliza as plantas medicinais devido, principalmente, ao desconhecimento dos profissionais da área de saúde das pesquisas orientais e ocidentais sobre os fitoterápicos. A farmacologia ayurvedica ou dravya guna apresenta um enorme conhecimento das ervas medicinais, segundo a sabedoria milenar tradicional do Ayurveda, que deveria ser seriamente estudado pelos profissionais que têm verdadeiro interesse em melhorar a saúde das pessoas sem os deletérios efeitos das drogas alopáticas.
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